
o que é a vida se não um fragmento de ilusão que se liquidifica
como som de ecos plantados na garganta ouriçada
por todos os brados lançados ao vento
um vão momento que traz saudade de?
e bate bate bate bate tanto que faz tum tum tum
no peito oco onde o mundo se aninha tão sutilmente
que nada há que alente anseios perdidos no tempo
que,desdobrado, molda caricaturas de quimeras loucas
eu Messalina de todas as eras construídas nas pegadas dos dias
desprezei amores pudores rancores cultivei sementes
quereres por assim dizer mal quistos esquisitos
e neguei segurança onde quer que fosse cais
hoje arranco dejetos das entranhas do nada que sou
porque esse vazio é prenhe de tudo que alimente a falsa fome
que consome esse quase mundo mudogritante brotado nos muros erigidos
por tantas batalhas perdidasvencidas que fizeram de mim isso que sou.
o que sou?