o que é a vida se não um fragmento de ilusão que se liquidifica
como som de ecos plantados na garganta ouriçada
por todos os brados lançados ao vento
um vão momento que traz saudade de?
e bate bate bate bate tanto que faz tum tum tum
no peito oco onde o mundo se aninha tão sutilmente
que nada há que alente anseios perdidos no tempo
que,desdobrado, molda caricaturas de quimeras loucas
eu Messalina de todas as eras construídas nas pegadas dos dias
desprezei amores pudores rancores cultivei sementes
quereres
e neguei segurança onde quer que fosse cais
hoje arranco dejetos das entranhas do nada que sou
porque esse vazio é prenhe de tudo que alimente a falsa fome
que consome esse quase mundo mudogritante brotado nos muros erigidos
por tantas batalhas perdidasvencidas que fizeram de mim isso que sou.
o que sou?
14 comentários:
pode sim, lincar, o seu já esta lá, venho sempre aqui.
De Lau Siqueira para Wilson Guanais, de Wilson Guanais vim parar aqui. Interessante caminho percorrido. Gostei do teu espaço, dos teus textos (os poucos que li, volto mais), especialmente este.
Eu a convido a conhecer o Cinco Espinhos, nosso blog de "críticas" literárias em forma de literatura. Além dos nossos, toda semana temos a seção Garimpo Literário (novos escritores) e "Como diria..." (famosos). A seleção fazemos nós mesmas, espontaneamente.
Ah... braços!
Você é sua palavra, seu momento de múltiplos sentimentos, sua poesia instigadora, reflexiva, erótica, sensorial. Você é.
_________________________
Aliás, linda produção.
________________________
Abraço forte!
Fernanda.
Você é a personagem de si mesma.
Uma espécie de "multifaces" vivendo e sobrevivendo inserida em uma diversidade de momentos... embriagados de emoções diferentes e opostas.
Retratando em palavras matematicamente moldadas em linhas... estruturas gramaticais... em morfologias dogmáticas...
... o sentimento que impera no exato minuto que a inspiração te possui.
Grande abraço.
Batalhas perdidasvencidas: reflexões, quimeras, amores, sementes, fernandas passos. Assim é: ávida como a vida. Beijos.
Gostei muito da sua poesia, esta reflexão da própria existência, quem nunca se perguntou? o que sou? quem eu sou?, o importante não são as respostas, e sim a própria reflexão, já que nem tudo tem respostas exatas.
Você está convidada para acessar o meu blog de poesia, será muito bem vinda por lá.
Quem és?
Entre outras coisas, poeta, certamente.
Um beijo.
vidas e vidas que geram reflexões dentro do que somos
beijos
Fernanda, você consegue dar um ritmo final angustiante nesse texto. Gostei. Estava com saudades de te ler.
ah e divulgaram teu blog por email.
Você escreve muito bem, sem comentários! Sou seu fã!
e estou de volta ao mundo virtual
hehehe
Oi, Fernanda: bela narrativa sem intervenção de vírgulas, pontos ou o que valha. É a vida em questionamento, a sua, a minha, a nossa, a tua, a vossa. O que sou? O que somos? Eu serei alguém a comentar, vc a escrever, somos uns tontos nesta existência sem rumo ou prumo.
Um beijo aprumado(rs)...
Olá, moça.
O que és?!
Ecos de heras em espirais...
Beijos, e bom ano novo.
Marcelo Novaes
Postar um comentário