quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Reflexões


o que é a vida se não um fragmento de ilusão que se liquidifica

como som de ecos plantados na garganta ouriçada

por todos os brados lançados ao vento

um vão momento que traz saudade de?


e bate bate bate bate tanto que faz tum tum tum

no peito oco onde o mundo se aninha tão sutilmente

que nada há que alente anseios perdidos no tempo

que,desdobrado, molda caricaturas de quimeras loucas


eu Messalina de todas as eras construídas nas pegadas dos dias

desprezei amores pudores rancores cultivei sementes

quereres por assim dizer mal quistos esquisitos

e neguei segurança onde quer que fosse cais


hoje arranco dejetos das entranhas do nada que sou

porque esse vazio é prenhe de tudo que alimente a falsa fome

que consome esse quase mundo mudogritante brotado nos muros erigidos

por tantas batalhas perdidasvencidas que fizeram de mim isso que sou.

o que sou?

14 comentários:

Wilson Guanais disse...

pode sim, lincar, o seu já esta lá, venho sempre aqui.

Ro Druhens disse...
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Priscila Lopes disse...

De Lau Siqueira para Wilson Guanais, de Wilson Guanais vim parar aqui. Interessante caminho percorrido. Gostei do teu espaço, dos teus textos (os poucos que li, volto mais), especialmente este.

Eu a convido a conhecer o Cinco Espinhos, nosso blog de "críticas" literárias em forma de literatura. Além dos nossos, toda semana temos a seção Garimpo Literário (novos escritores) e "Como diria..." (famosos). A seleção fazemos nós mesmas, espontaneamente.

Ah... braços!

Marcelo F. Carvalho disse...

Você é sua palavra, seu momento de múltiplos sentimentos, sua poesia instigadora, reflexiva, erótica, sensorial. Você é.
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Aliás, linda produção.
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Abraço forte!

Antonio Ximenes disse...

Fernanda.

Você é a personagem de si mesma.
Uma espécie de "multifaces" vivendo e sobrevivendo inserida em uma diversidade de momentos... embriagados de emoções diferentes e opostas.

Retratando em palavras matematicamente moldadas em linhas... estruturas gramaticais... em morfologias dogmáticas...

... o sentimento que impera no exato minuto que a inspiração te possui.

Grande abraço.

Moacy Cirne disse...

Batalhas perdidasvencidas: reflexões, quimeras, amores, sementes, fernandas passos. Assim é: ávida como a vida. Beijos.

Anônimo disse...

Gostei muito da sua poesia, esta reflexão da própria existência, quem nunca se perguntou? o que sou? quem eu sou?, o importante não são as respostas, e sim a própria reflexão, já que nem tudo tem respostas exatas.
Você está convidada para acessar o meu blog de poesia, será muito bem vinda por lá.

Jens disse...

Quem és?
Entre outras coisas, poeta, certamente.
Um beijo.

storytellers disse...

vidas e vidas que geram reflexões dentro do que somos

beijos

Ricardo Rayol disse...

Fernanda, você consegue dar um ritmo final angustiante nesse texto. Gostei. Estava com saudades de te ler.

Ricardo Rayol disse...

ah e divulgaram teu blog por email.

Gustavo Chaves disse...

Você escreve muito bem, sem comentários! Sou seu fã!
e estou de volta ao mundo virtual
hehehe

benechaves disse...

Oi, Fernanda: bela narrativa sem intervenção de vírgulas, pontos ou o que valha. É a vida em questionamento, a sua, a minha, a nossa, a tua, a vossa. O que sou? O que somos? Eu serei alguém a comentar, vc a escrever, somos uns tontos nesta existência sem rumo ou prumo.

Um beijo aprumado(rs)...

Anônimo disse...

Olá, moça.

O que és?!

Ecos de heras em espirais...

Beijos, e bom ano novo.

Marcelo Novaes