Nada de louvar amores,
Alegrias ilusórias,
Idealizar estórias.
Quero almas sem gozos.
Gritar fatos cruéis
Que a vida nos lega: estorvos!
Meu tempo é negro: azeviche.
Trago um peito carcomido pela velhice.
Jovem com olhos em grau de senilidade!
Corpo, sem cicatrizes.
Tenho marcas na alma, no ver as coisas.
Não na idade!
Imagem: Anakin Sk
10 comentários:
Um grito de angustia esse.
Cheguei ao teu blog pelo almadepoeta... Tudo muito bonito por aqui... Uma ótima pedida de leitura para o começo de 2008.
Parabéns...
"Jovem com olhos em grau de senilidade!" - Acho que sou assim também...
Fernanda, o importante é ser você: única!
Fernanda,
Feliz 2008 para você e sua família. Regado de muitas alegrias e muita poesia sempre!
Beijos
Fernanda,
Pungente poema. Que as contas da noite azeviche, possam suscitar um perolado amanhecer... e um "poema para a loucura".
Linda Amiga:
A sua lucidez abarca a beleza do seu ser e do seu sentir.
Talvez, insatisfeita. Talvez um sentimento seguido de outros sentimentos que a enormidade do seu Ser constrói com carinho e amor e são sensatos e coerentes consigo própria.
Uma forma atenta de dar algo à realidade de si. Um afago. Um gesto.
Acredito nessa lucidez pela ternura que coabita consigo.
O desejo de ser fiel ao pensamento.
Só seu. Com valor e numa imensa e intensa atitude criativa.
É uma excelente poetisa. Parabéns.
Eu entendo a sua linda lucidez ou faço por entendê-la. Esforço-me!
Beijinhos amigos sinceros e respeitadores
Sempre a lê-la com interesse imenso
pena
"Dos estragos, pérolas. Por mim."
Eu disse isso uma vez. E repito. Pra vc.
Beijo!
Oi, Fernanda: belos versos! Bela prosa-poética! 'Trago o peito carcomido pela velhice' é algo real, impactante. Vc sempre a nos despertar valores de nossa alma.
Beijos saudosos...
Uma poesia que é uma crônica da desilusão, ou, talvez, a descoberta da perspicácia em um estado lúcido.
Beijos!
O amor pode ser apenas um sintoma de uma de desmerecidos gestos e retomada da inconsciência, que melhor seria abster-se de nós.
Um beijo, saudade
Acabou meus cinco chumbos.
Agora quero ouvir o canto dos pássaros.
Naeno
pos. vens no meu blog. O teu está ainda hoje como um dos meus diletos.
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