Vesti-me de anseios
para bailar na festa
das bodas de ouro
de tua partida
Enfeitei os cabelos
com os trapos
que nunca vieste buscar
Untei a boca
[batom de fel]
seiva da saudade
Tudo para comemorar
as bodas de ouro
de tua partida
Não fui cinderela ou borralheira
: gata noturna a te caçar nas esquinas
Não eras príncipe nem algoz
: Aquele que tatuou meu corpo e fugiu
Adornei-me com teus resquícios
para não esquecer de comemorar
tua ida
[presença ausente]
que não mais almejo.
15 comentários:
Agora fala sério, FERNANDA:livro.
Queremos um livro. Mesmo!!! Muito bom, moça!
Fê,
Teus textos falam-me tanto!
Beijinhosssss
Fernanda.
Em várias ocasiões, quando leio um poema, consigo enxergar uma certa influência... ou simplesmente lembrar de outro autor.
Este teu poema me fez recordar uma música do Chico Buarque.
Por isso me dou conta de que gosto muito da tua maneira de escrever.
Neste seu texto poético houve a perfeição exata para se retratar de forma humana aquela dualidade que existe no fim de todo amor... no início de toda despedida.
Abração.
Oi, querida: falar em amor sempre mexe com a gente, não? E quando ele se alimenta da fome... nem pensar! É puro êxtase. Principalmente quando vc está numa festa a bailar e a procurar o verdadeiro sentido de um relacionamento ou não. Então, a fome aumenta ainda mais(rs).
Um beijo com fome...
Recordei, como o antonio aí em cima, de chico buarque, o que isso significa: que está ótimo!
Se as saudades estão completando bodas de ouro, tenho certeza que não são somente saudades....
Beijos
Auíri Au
Fernanda,
"vestir-se de anseios" é uma coisa belíssima!
Ouvi falar em livro?!
Que bela notícia!
Abraços, flores, estrelas..
.
As vezes, esquecimentos requerem essas etapas de quase encatamento para expurgo, exorcismo...
E que haja mais festas...
E que dances com um novo par...
presença ausente... suspiro!
é eterna a busca!
baila menina agora e sempre!
kisses
Linda Amiga:
Creio estar pela frente de um desencanto feito encanto e de saudade de uma festa sem comemoração.
Acredite que a leio com delícia.
Como constrói belos instantes de poesia. Como possuí uma Alma gigante e terna. Admirável.
Comemore mesmo na ausência de Alguém, não totalmente esquecido, a sua celebração. Chame-o. Seria um acto nobre, de dignidade, de inequívoca prova de ternura que jorra de si com encanto. Seria um gesto maravilhoso.
Celebre. Merece por completo.
Beijinhos amigos, ternos, de muita estima e encanto.
pena
Mesmo solitária, tua festa brilha...
Tem uma indicação pra você lá nas Notas, olha quando puder.
Bjo.
uma roupa pra despedida..outra pra curtir a saudade..
Hermoso texto. Muy bueno.
Menkar
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