
Sigo ébria no breu de teus olhos.
Não sentes o cheiro do álcool nas trilhas?
Erma
[na escuridão que te assola]
tateio o túnel que criaste para que não te encontrasse.
Sou bebida, desatino em carne, osso e insensatez.
Não esbarro nas esquinas de ti por que tenho visão infravermelha
de gata noturna que zanza zonza em teu corpo.
Estás sem saída.
Aceita o fato
: teu blecaute cabe bem na minha turbina etílica.
Luz de minhas retinas
: farol de milha no carro fantasma que diriges sem rumo
na estrada do adeus.
Se não abrigares minha potência à tua vastidão, morrerás de acidente automobilístico.
O caminho que escolheste tem fim.
Sou fronteira.
Nessa trajetória, a fumaça do motor
: vapor dos suspiros que exalo na saga em que me embrenhei.
Gasosa
[te cerco por todos os lados]
inebrio teus poros.
Meu limite
: tua finitude.
Se não aceitares que sou aurora de teu crepúsculo
e só os olhos meus te mostrarão o caminho de volta pra vida
[sem ida]
morrerás, porque embriagado de mim.
E de mim tu fugias.
Não deixe de passar no Controversos.
Peço desculpa aos amigos pelo meu sumiço - involuntário. Durante a semana vou retribuir as visitas e voltar a atualizar o blogue diariamente. Um abraços a todos que não deixaram de passar por aqui.
Imagem: Mariah
19 comentários:
Pô Fernanda, poema poderoso.
Olá Fernanda, lindo este teu poema meio ébrio e toda a divagação que construiste à volta do tema.
beijos
kerubina
Minha querida, não há o que desculpar. Bom saber que tudo está bem.
Beijos
Fernanda, chego de Itapororoca - João Pessoa - hoje, volto a responder suas preciosas pulsações aqui. Só me dê um instantinho pra organizar minha vida de novo...hehehe...
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Abraço forte!
Fernanda, linda! Ando meio estressada/cansada pra ler os blogues amigos. Mas você é um anjo, seus poemas são sempre belos.
Um beijo carinhoso.
Me lmbra bem uma sereia que uma vez tentou me fixar em seu caminho,por sorte ou não fugi sem lesão...
muito bom o poema =D
e os há que prefiram as curvas da estrada de santos....beijo controversado
"Aceita o fato de que teu blecaute cabe bem na minha turbina etílica."
Adorei isso, Fernanda!
É, eu sei desses porres... haha.
Beijos!
Oi Fernanda, passei por aqui e mais uma vez gostei do que li!
Beijos
Sempre precisa
com as palavras..
você aumenta meu vocábulo
hihihihihi
beijos
Esse poema é um transe entre dois, um rito de anjos perdidos de amor.
Poderosamente ébrio e embriagante.
beijos, boa semana.
És luz, verbo, som e harmonia!
Ainda descubro a fonte de tanta inspiração!
Saudades daqui, estou meio afastado, mas prometo atualizar com mais frequência.
bjs
"Sigo ébria no breu de teus olhos": eis um verso que vale por muitos e muitos poemas. Beijos.
Impossível não se embriagar de ti.
Gosto da tua densidade, FERNANDA. Gosto do teu bom gosto para fotos! Ah. Claro. Gosto muito de você!
eu diria: uma embriaguez muito lúcida!
Mais um texto que nos toma até à medula.
Bj
eis versos que exalam todas as paixões e sentimentos profundos do ser.
mais um poema impressionante!
qnto ao sumisso, realmente, senti sua falta no blog amador e no rotineiro, mas a rotina é assim msmo há semanas em que não se tem tempo para nada.
Bjos.
Veja só, também andei meio distante daqui, enredado entre visões ressequidas de mundos estéreis.
Enquanto sua fonte sibilina de êxtase jorrava, jorrava, jorrava...
Passo sede de teimoso!
Beijo.
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