sábado, 27 de outubro de 2007

Volta(a mim)


Nas linhas de tua vastidão

rastros deixados no pó

da saudade de ontem


[quando estavas comigo]


A fuligem da distância impede que te veja


[mundo de anseios]


Por isso fostes

: descobrir ancas onde pudesses

adubar desejos enraizados na carne

germinar lascívia em outros corpos


Passa o tempo....


[retinas límpidas após

o breu que tua ausência deixou]


Parei no acostamento da certeza,

sentei no banco da coerência,

peguei carona com a lucidez.

Voltei para encontrar o que deixei

quando decidi te perseguir


: retornei a mim.



Imagem: Wojtek Aleksandrowicz

8 comentários:

Anônimo disse...

Harmonia! Decisões são as nossas distinções...

dade amorim disse...

Deixando um beijo e muita inspiração para a semana que vai começar.

O Sibarita disse...

Oi fia! Que bom que você retornou a você, a lucidez tarda, mas, chega, né não?

Bela poesia!

bjs
O Sibarita

Gustavo Chaves disse...

nossa, a vida nos incita o desejo, desejar laciviamente sempre!

Ricardo Rayol disse...

germinar lascibvia.. coisa boa... se fosse fácil :-)

Marcelo F. Carvalho disse...

Agressivo, no pescoço da gente.
E, Fernanda, belíssimo como tudo o que você faz!

benechaves disse...

Oi, linda: '...adubar desejos na carne' é realmente apaixonante, hein? E que bom que houve o encontro de si para si.

Um beijo adubado...

AB disse...

Sempre me comovem os retornos em busca do que deixamos, FERNANDA...