quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Poesia Cíclica


Foto: Rusli Effendy



Sou caule de raízes profundas que tocam o umbigo do mundo e se liquidificam

Tronco robusto na superfície irregular

Cresci torta como as árvores do cerrado

Os galhos de meu corpo, dimensões imensuráveis

Em suas pontas, olhos que vêem o mundo sob ângulos diferentes

Por isso sou múltipla como as pétalas que em mim brotam na primavera

Fruta suculenta que no verão enche de cheiro e sabor os desejos intocados

Néctar adocicado a escorrer nas bocas sedentas que abocanham meus fiapos

Tenho raízes que tocam o umbigo do mundo

Sou líquida por dentro, crosta por fora

Um rio de anseios com margens porosas

Absorvo as estações, o ciclo da vida

A vida cíclica no umbigo do mundo.

14 comentários:

Anônimo disse...

fico pasma com a produção, vc come, dorme, respira? da qualidde não falo mais, seria repetitivo. bjo

Anônimo disse...

Poesia sazonal...

Demais, Fe.

Beijo

Pripa Pontes disse...

ótima poesia...
cíclica como a vida.
e a sabedoria das árvores,
que guardam em si o segredo da eternidade
em seu caule.

mais uma vez me delicio de suas palavras e já começo a manhã sabendo que o dia será maravilhoso..

Bjos.

Anônimo disse...

...no contra-ciclo das mágoas, a nosso favor, nos leva, nos lava, em corpo e semente: fernanda em passos de planta, planta socialismo orgânico de caule max, maximiza a raiz não quadrada do amor no poemágua dos rios e arvoreia - sombreia a poesia na veia...

Ricardo Rayol disse...

Demais. Vou pensar numa réplica, merece.

Pena disse...

Querida simpática amiga:
Sabe o que penso?
A sua poesia são versos chorados que lhe saem com beleza e encanto.
O seu estado de Alma é adornado de uma profundidade poética que expressa docemente e magia da ternura que só pode suscitar uma imensa admiração.
Excelente!
Bela poesia ciclíca!
Abraço de amizade e estima
pena

Natália Nunes disse...

Nossa, essa imagem me impactou!
Fiquei um tempinho só reparando-a rs.

"Tenho raízes que tocam o umbigo do mundo"
Gostei pode demais disso.
:D

Bjo, Fernanda!

cantabile disse...

Olá!!!!
Vim retribuir a visita.
Estou com pressa mas voltarei depois com mais calma. De início, já gostei bastante.
bjs e até breve!

Juℓi Ribeiro disse...

Fernanda:

Fiquei encantada
com a tua poesia.
Palavras desabrochando
belos sentimentos!
Adorei te visitar.
Um abraço carinhoso.

Luiz disse...

Parabéns pelo trabalho.

Vais disse...

Olá Fernanda,
muito bonito o poema.
As fotografias, imagens que você usa para compor, iliustrar os escritos dão um toque maravilhoso.
Eu tenho, também, uma coisa com as árvores...
Parabéns
Abraço

Anônimo disse...

Eu falei de ti e quem ficou sem tempo fui eu, né? (graaaande, Bion!)

Bom, chovendo no molhado ou dando voltas no redondo do meu umbigo, repito mais uma vez: linda!

beijos vizinha querida

Anônimo disse...

Bela,

atenta-te ao falar às Flores
da secura de teu Chão,
da profundeza de teus abismos.
todo solo é terra acolhedora,
mas elas tomam por moradas
caules macios de seiva doce.

benechaves disse...

Oi, querida: este poema corta a nossa pele e deixa sair as vísceras. Forte isso: 'sou líquida por dentro, crosta por fora'. Realmente só temos uma aparência, exterioridade.
E você tá com uma produção, hein?


Um beijo interior...