Sou fissura
sutura da carne
cortante
rasgada
Sou cicatriz
calo ardido
ferida do tempo
Sou fenda
abismo de mim
onde cabe o mundo
Sou funda
poçoilusão
baúesperança
Sou raza
vazo alegria
destilo veneno
Sou isso
vício
embriagues
Sou aquilo
temperança
sensatez
Sou tudo
riso
choro
Sou nada
oca
vácuo
Sou dada
livre
cantante
Sou vida
gritante.
12 comentários:
de lá prá cá....de cá prá lá... dicotomia... dualidade...e quem não é?
beijos
Rá, quê??! Deixar de te visitar?? Deixo não, sô!!! Que trem é esse, tá pensando o quê? rsrsrs Blog favorito é blog que arrumo tempo pra visitar constantemente !!!
Tudo bem que eu tô com tanta raridade de tempo, que tô buscando brechinhas no meu dia para comer, tomar banho, fazer xixi (pense em fazer número 1 e principalmente 2, correndo...) é trágico. Mas, ainda assim, antes de dormir darei sempre uma espiadinha....
As pessoas pensam que eu tô dramatizando... NADA! Eu não sei mais o que é ver o dia passar de perna pra cima... ai, como era bom o ócio. rs
Fê, beijos, tá lindo o poema, difícil vir aqui e dizer outros adjetivos pro que escreve. Escreve mais, sempre mais!
Poderias completar: sou a palavra, o verso, o avesso, o que cala e fala, tão alto...
Perfeito.
Volto sempre aqui pelo prazer de ter reler.
E fico honrado pelo link.
Beijos
Todas essas coisas contraditórias que você me diz ser, me informam o que você é de fato: uma soma de coisas que deixam de ser o que costumam ser o tempo todo. Feito átomos. É curioso como o resultado feito e acabado deles resulta em um mundo. Mundo esse do qual somos parte. Todas essas partes são um todo. Todo esse todo é feito de partes que não permanecem. E dizem que nem existem no fundo. Porque essa coisa que chamam de eu deveria ser e permanecer também? O mais gostoso dessa história, é que a gente precisa acreditar nessa suprema mentira pra poder fazer valer as demais verdades que nos rodeiam. E as proto-verdades mal lastreadas que nos acossam.
ps: deixei respostas pra vocês em todos os posts que você me comentou.
"ser" tanto de fragmentos que a continuidade é ilusão...
um abraço
Oi, Fernanda: sua poesia cada vez mais pulsa na verticalidade, sem contudo deixar uma horizontalidade pendente. Seus experimentalismos concretos dizem de sua palavra sempre a instigar e a 'cortar' como um jogo de letras.
Um beijo vertical...
Isso que eh poesia boa!! parabens!
bjs
"O mundo fica irreal, mas não me importo"
Eita! Belo!!!
Ó, a propósito do seu comentário no refúgio: 1) você disse que não sabe comentar arte mas eu acho que tem muito bom gosto pra escolher as ilustrações dos seus poemas, viu? No final é isso que vale. 2) Quanto a minha capacidade de síntese... Eu tenho quase 40 anos de praia, mulher. Já relaxei,rsrs.
Beijo grande
Oi, uma bela autobiografia sígnico-existencial: vida gritante que se faz poesia - não mais a concreta, ou melhor, paraneoconcreta, mas a cantante. Um beijo.
Muita vida. Bonita, alegre, pulsante...
Fernanda: o Balaio a encontrou, o Balaio a contempla. Beijos.
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