quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Persistência



Misturo as cinzas da terra com meu arado de ouro e canto incisivamente a melodia que brota em meu coração.

Transito entre dunas que existem no meu interior. Só encontro oásis ilusórios de uma felicidade inexistente.

Desfolho as camadas de teu ser - no – mundo,

vislumbro orvalhos congelados pela tua atmosfera etérea.

Cavalgo ondas de quinze metros...

Deslizo nos vales de teus cabelos em busca dos mistérios que te circundam.

Realizo acrobacias ao vento para me equilibrar no fino arame que divisa a loucura da saudade com a lucidez permitida pelos que não sentem nada.

Artista do mundo sou eu.

Enfrento tempestades do ontem no intuito de ser salva pelos relâmpagos que iluminam meu hoje.

Fragmentos que junto e coloco no baú antigo, secular.

Lugar onde guardo os cacos das infindas vezes que fui rudemente partida pelas pontas afiadas, cortantes, tétricas, gélidas que são o substrato de meu idílio.

Incólume, sigo em minha labuta diária, mas não descanso dessa arte insana e efêmera de catar estrelas nos mares.

Oscilo entre ser feliz e ter o coração partido em fractais,

que te completam.

10 comentários:

margarida disse...

Tal qual eu!

deep disse...

....viver é esse acto continuo de morrer e voltar...

Marcelo Cantalice Dias disse...

"Enfrento tempestades do ontem no intuito de ser salva pelos relâmpagos que iluminam meu hoje."

Simplesmente perfeito!

Beijos de um administrador que persiste em ser poeta!

Anônimo disse...

...e linkei com muito orgulho, sua poesia é linda demais, bjo

Marcelo F. Carvalho disse...

Ter vigor, não significa ser bruto, há sempre o poema vigoroso com doses fartas de delicadeza, um vento que bate em nossos rostos para depois nos levar ao olho do furacão. Seu poema são paradoxalmente perfeitos.
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Abraço forte!
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"Incólume, sigo em minha labuta diária, mas não descanso dessa arte insana e efêmera de catar estrelas nos mares.
Oscilo entre ser feliz e ter o coração partido em fractais,
que te completam."

ivone disse...

olá

muito bonito o texto...é seu?
bj

Pripa Pontes disse...

Primeira vez que passo por aqui. De cara já gostei muito do espaço e seus poemas são lindos, profundos, cheios de significados...muito bom!

posso linkar no meu blog?

Bjos.

Anônimo disse...

antes de comentar.
pronto, fiz o que vc falou =P
eu só pensei na minha praticidade
mas se assim é mais convidativo, por favor não me prive de comentários

as cinzas de uma terra já desfeita pelos senhores da verdade e os omissos, que fajutam a liberdade.
cante sempre. que meus ouvidos são alados. e ainda acompanham sua melodia. aos poucos percebemos que o que vive dentro nem sempre consegue suprir o que nos molda por fora. e percorremos nos refazendo..
e em busca do seu vale encantado,sera que o mistério desses fios de cabelo não são inventados?
a dor que nos envolve. e nos promove em meio a areia que beira esse mar repleto de estrelas. almejam ser colhidas pela pueril menina que guarda baús de ferro,palha e de espelhos. quem consegue abri-los..? pois como diria erasmo de rotterdam. o buraco do espelho está fechado, e pelo abandono fomos abandonados, aqui dentro do lado de fora...


cada vez mais absorta nas suas palavras
e torço para que musiquem sua alma
e com isso. faça-se ouvir você, a poeta nata.

Anônimo disse...

Bom voltar a blogar e entrar aqui encontrando pelo caminho essas linhas encharcadas de encanto!

Adoro, adoro!

Ja estava com saudades de te ler!

bjs

Anônimo disse...

Eu quero estar no do lançamento do LIVRO!!!
hahahaha